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A citricultura na vida da família Casseb

 Não estava nos planos seguir o caminho da citricultura, mas o espírito empreendedor, se encarregou de traçar um novo destino… E foi assim, de negócio em negócio, que a família Casseb cresceu e se consolidou nesse setor.

O destino já parecia traçado, unindo de forma inevitável os caminhos dos Casseb com a citricultura. Inicialmente, tudo ocorreu de forma espontânea, e com certeza estão orgulhosos por participarem da cultura da laranja.

José Willian Blanco Casseb, nascido em São Paulo, foi o primeiro filho de Olga Blanco Casseb e Anis Jorge Casseb: “Os dois nasceram em Monte Azul Paulista; “eu nasci em São Paulo por conta da saúde da minha mãe. Tenho mais dois irmãos, Jorge Wilson Blanco Casseb e Zilá Blanco Casseb Casagrande”, conta José, hoje aos 82 anos, ao lado da mulher Maria Amélia, que juntos, narram essa história de vida.

“Minha família nunca havia tido nada ligado à citricultura. Meu avô, Said Jorge Casseb, e minha avó, Ana Mubarack Casseb, ambos paternos, eram libaneses. Meu avô e meu pai eram comerciantes, abriram uma loja em Monte Azul, chamada ‘Casa Nova’, onde vendiam roupas, chapéus, sapatos, tecidos, cama, mesa e banho. Esta loja, pouco a pouco tornou-se tradicional na cidade e lá trabalhei por alguns anos…ficava na rua Floriano Peixoto. A família toda vivia do comércio, os irmãos do meu pai, Eli, Adiba, Amim e Michel e minhas tias, Helena, Adélia, Alice, Sabrina, Elza e Julieta”, conta o Sr. Casseb.

A humildade e a garra sempre estiveram no sangue da família, desde os avós de Casseb: “Vieram para o Brasil na condição de imigrantes. Primeiramente, a ideia era ficar em Jaboticabal, mas em razão de alguns problemas, acabaram se instalando em Urupi. A família ficou lá até a decorrência da maleita, doença da época, que os fez mudar para Monte Azul.” Eles decidiram vir porque a situação no Líbano estava muito difícil naquele período, então vieram tentar uma vida mais promissora…”

Sr. Casseb também se lembra bem de como conheceu dona Maria Amélia e ela também o ajuda a contar esta história: “Nasci em São Paulo, na mesma maternidade que ele, em 20 de outubro de 1947. Minha mãe tinha muita dificuldade para ter filhos, minha irmã que nasceu aqui, faleceu na hora do parto e minha mãe sofreu vários abortos. Então, para eu nascer, eles procuraram o que havia de mais seguro… Meu pai, Divo Della Santina e minha mãe, Emília Barbeiro Messas Della Santina”.

Provando mais uma vez que tudo na vida desta família tem o dedo do destino, foi a escola que tratou de fazer o primeiro contato entre Sr. Casseb e dona Maria Amélia. Ele conta que estava no segundo ano do Ensino Escolar, e teve como professora a querida dona Melica, mãe de dona Maria Amélia,: “Eu era um aluno fraco e ela acabou me dando aulas particulares por livre e espontânea vontade, pois ela era uma pessoa extraordinária”. Dona Maria Amélia também conta que tem uma irmã: Maria Elisa Della Santina Casseb, nascida em Bebedouro e viúva de um primo de José William.

Seguindo os passos da mãe, ainda solteira, Maria Amélia também dava aulas: “No ginásio de Colina, aulas de desenho, e na escola da fazenda, aqui em Monte Azul, das matérias do primário.

Lembrando da época escolar, Sr. José revela: “Frequentei 4 anos do ginásio em Monte Azul Paulista e depois fiz o curso de contabilidade em Bebedouro na escola Vicente Cezar”.

Ainda sem sonhar com a agricultura, Sr. Casseb, nesta época de estudante, trabalhava com o pai, na loja: “Estudava à noite, trabalhava de manhã… Depois que me formei, fui para São Paulo, porque achava que na capital meu futuro me aguardava. Aos 22 anos passei a trabalhar em uma indústria farmacêutica, onde fiquei por dois anos. Nesta época, a loja se mantinha bem por aqui. Eu tinha um propósito, viver da minha própria renda e sustento, pois apesar de meu pai ser comerciante, vivíamos com bastante controle e simplicidade, e eu, como filho mais velho, achei que deveria dar o exemplo aos meus irmãos”.

Sr Casseb relembra que aos poucos, as coisas foram melhorando, sua irmã se formou professora no Colégio Anjo da Guarda, em Bebedouro; casou-se com um professor secundário de geografia e foi morar em Olímpia. Seu irmão, que também trabalhava na loja, casou-se com uma moça de São Paulo; e após morar um tempo em Monte Azul, mudou-se para São Paulo por conta das atividades do sogro.

Após dois anos trabalhando na indústria farmacêutica, percebeu que não era aquilo que desejava para a sua vida. “Eu trabalhava no departamento pessoal e financeiro. Chegava no fim do mês, eu e mais três pessoas de outros setores ficávamos trancados em uma sala com sacos e mais sacos de dinheiro, conferindo e envelopando, não saímos nem para almoçar…”, relata.

O destino ainda não havia colocado a citricultura na vida do Sr. Casseb neste momento, mas uma semente já começava a brotar: “Nesta época em que eu ficava envelopando o dinheiro para fazer os pagamentos, ficava impressionado com todo aquele montante, e quando chegava o meu salário, vinham apenas meia dúzia de notas, e isso certamente aguçou meu desejo de mudança. Pedi demissão, mas conservei os amigos”.

Foi aí que retornou a Monte Azul, ficou um tempo na loja e conseguiu, através de um primo, que era diretor de uma fábrica de tecidos, focar nesse setor de vendas por atacado, montando um pequeno depósito no fundo da casa dos pais e fazendo vendas por toda região. “Na época, era muito bom o comércio de cama, mesa e banho e então, comecei a vender por conta própria, viajando em ônibus e trens, para Rio Claro, Ribeirão Preto, Limeira, Araraquara, Rio Preto, Monte Alto e região, chegando a pegar três conduções até meu destino”.

Quando o segmento da citricultura começava a se esboçar, a etapa do comércio de tecidos estava prestes a chegar ao fim. O destino da família Casseb começava a mudar, após muitas idas, voltas e desafios. Sr. José conta que com o lucro que obteve com os tecidos, conseguiu investir em um apartamento, que comprou ainda no alicerce: “Consegui terminar de pagar fazendo em várias prestações”.

Nesta mesma época, surgiu a oportunidade de comprar, em sociedade com um primo, sua primeira propriedade agrícola, com a condição de pagar em duas vezes, com o primeiro pagamento a ser feito no prazo de um ano e o segundo com dois anos, sem juros, podendo assim trabalhar com a terra a tempo de tirar dela algum recurso… “Este foi o pontapé inicial, mas, ao se aproximar do vencimento do pagamento da propriedade, precisei me desfazer do apartamento, pois havíamos perdido toda plantação de arroz”, conta José, que continua:

“Não foi nada fácil entrar em um setor no qual não tinha conhecimento, tradição, experiência e capital, mas olhando para trás e vendo toda esta minha trajetória, só tenho a agradecer, primeiramente, a Deus, que sempre me ajudou em todos os momentos. Segundo, cito minha vontade de vencer na vida, fazendo algo diferente, sempre pensando no futuro da minha família. Acho que consegui realizar este propósito!”, emociona-se 

Novos rumos, novas decisões… Sr. Casseb conta que após alguns anos na sociedade com o primo, ambos acharam melhor se separar e cada um seguir seu próprio caminho: “Isto aconteceu em 1969. “Foi neste momento que comprei, sozinho, minha primeira propriedade em Severínia, o sítio Santa Ângela, que mantenho até hoje… Nessa época já se falava muito na cultura de citrus e, por esse motivo, já iniciei plantando laranja. Foi a partir daí que tive permanência neste setor. As oportunidades foram aparecendo e fui aumentando de pouco em pouco. Com o tempo, após ter alguns resultados, acabei expandindo para Minas Gerais e comprei uma pequena propriedade no Prata, posteriormente em Palestina e Nova Granada mas, pensando na minha família, acabei me desfazendo das mais distantes e agregando nas proximidades, nas quais mantenho até hoje”.

Como a vida é feita de escolhas e concessões, após quatro anos de namoro e almejando seguir com o casamento, o casal José e Maria Amélia em 1972 concretizou a união, que hoje já ultrapassa 50 anos de história…

“Nos casamos e tivemos uma festa muito bonita. Nesta época, nossos pais ainda eram vivos e quase fomos morar no Sítio São Gabriel, que ficava próximo a Olímpia, mas desistimos da ideia”, conta D. Maria Amélia.

“Esse sítio acabou sendo vendido e, muitos anos depois, consegui adquiri-lo novamente, fazendo dele nosso refúgio e local onde nos reunimos com muita alegria encontramos amigos, celebramos datas felizes e onde espero que permaneça pra sempre em nossa família com a eterna lembrança dos momentos vividos e da esperança de todos que virão”, comenta Sr. Casseb.

Da união, nasceram três filhas, Beatriz, Rachel e Sarah.

Beatriz é casada com Marco Aurélio, Rachel casou-se com Rafael e Sarah, com Wilson. Os filhos, receberam seis netos: Marco Aurélio Neto e Gabriel, filhos de Beatriz; Antônio e Catarina, filhos de Rachel; e Vicente e Theodoro, filhos da Sarah. Um dos netos, Marco Aurélio, casou-se com Inácia Toledo.

“Sobre minhas filhas, Beatriz, trabalha comigo em meu escritório, e hoje é minha Conselheira Financeira e Administrativa. Rachel é formada em Direito, trabalhou pouco tempo na área, por ter se casado e mudado para o exterior. Sarah, a caçula, formada em agronomia, trabalhou no setor assim que se formou e também atuou um pouco comigo na lavoura, No momento, ela dá aulas na escola Espaço Livre em Bebedouro. Minhas filhas, foram o maior presente que ganhei. As três são muito bem casadas, meus genros são como nossos filhos e demos graças a Deus pela família que construímos”, relata o pai orgulhoso.

“Nossa família é nossa prioridade e nosso bem maior. Só peço a Deus que continue a nos proteger e nos guiar na nossa caminhada e que nunca nos falte a sua benção!” completa a mãe amorosa.

Voltando a falar da citricultura daquela época, o Sr. Casseb lembra que, devido à grande quantidade de pessoas que aderiram a esse setor, foram formados vários pools para dar melhor assistência aos produtores na venda de frutas, compra de insumos, técnicas agrícolas e exportação de suco para EUA, Europa e outros países.

“Nessa ocasião tive a oportunidade de junto com dois amigos citricultores, formar um Pool que levou o nome de Novocitrus, e que durante sua existência prestou grande auxílio para seus cooperados.

 A Uniceres é parte da família

Não fazia parte do destino dos Casseb entrar na citricultura, mas assim eles fizeram e construíram uma linda história, que ainda tem muitas linhas para serem escritas. Nos capítulos mais recentes da trajetória da família, a Uniceres entrou para melhorar ainda mais: “Sou muito recente”, conta o Sr. Casseb, que continua: “Tenho muito prazer em participar do grupo, estou muito satisfeito lá e tenho só elogios a fazer, pois trata-se de uma cooperativa composta por excelentes produtores. Acho que todos nós produtores fazemos parte da Uniceres, precisamos agradecer a esta diretoria que tanto se empenha para gerir este grupo tão bem dirigido e estruturado”.

O Sr. Casseb diz que se pudesse dar uma nota para a Uniceres, daria a nota máxima: “Eles sabem que todos nós cooperados agradecemos por toda a responsabilidade que eles têm. Acredito muito que a união faz a força, porque é um dos pilares que engrandecem o cooperativismo no Brasil”, finaliza.

Estamos felizes porque a Uniceres existe e participamos dela.

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