O produtor Felício Veronez se diz abençoado por fazer o seu melhor na agricultura.
Foi com o seu pai que Felício Veronez aprendeu a ter dedicação e responsabilidade no trabalho. São valores que fizeram ele perceber a importância da honestidade no trabalho no campo. O crescimento do seu negócio aconteceu principalmente por dois motivos: fazer tudo com amor e aproveitar as oportunidades que surgiram ao longo de sua jornada.
O amor pelo campo foi cultivado pelos pais Nelson Veronez (in memorian) e Ivonilde Guirado Veronez (in memorian) que trabalharam arduamente na lavoura pra criar os cinco filhos: José Oscar (in memorian), Maria Aparecida, Felício, Zilda de Fátima e João Fernando (in memorian). “Podemos dizer que eu nasci debaixo de um pé de café. Minha mãe trabalhou até o último dia de gestação e não deu tempo de chegar em casa”, conta Felício.
Felício recorda-se com carinho do pai e fala com orgulho da dedicação para sustentar a família. Além do trabalho na lavoura, Nelson administrava cafezais de vizinhos. “Era um tipo de modalidade muito comum na época e importante fonte de renda para a nossa família. Em 1977, mudamos para a cidade e meu pai montou uma turma de colhedor de laranja. Tínhamos um caminhão e puxávamos a fruta. Sempre trabalhamos juntos e todo o dinheiro da semana que eu recebia, dava a ele”, conta o produtor rural.
Saudoso, Felício recorda-se que dos sete aos 26 anos, trabalhou ao lado do seu pai, que lhe ensinou tudo que sabe, especialmente sobre valores. “Ele me ensinou a ser honesto. Quando eu precisava de dinheiro pedia a ele que me dava independente da quantia. Meu pai nunca interferiu em nada das nossas escolhas, mas nos inspirávamos nele”, conta Felício.
Mas, uma tragédia mudou os rumos da família Veronez: “Em 1985, perdi um irmão mais novo e minha mãe não permitiu mais que viajássemos de caminhão”, recorda-se Felício.
A metade da laranja
A vida voltou a sorrir para a Felício quando conheceu Ana Lúcia, e logo decidiram se casar: “Morávamos na mesma cidade e depois de oito meses de namoro decidimos nos casar e seguimos com a vida”.
Podemos dizer que Felício é um homem abençoado, com sorte no amor e no trabalho: “Ela me ajudou muito nesse começo e me ajuda até hoje como minha sócia. Como ela sempre foi muito boa em contabilidade, cuidava de toda a parte financeira. Eu sabia que estava ganhando dinheiro, mas não sabia o quanto”, conta Felício, mostrando toda admiração que sente por sua esposa.
O fruto dessa parceria gerou dois filhos: Luciana e Felipe. “Quando a minha filha nasceu, perdemos o meu pai. Ela é formada em Biologia e, hoje se especializa na área. Já meu filho trabalha com a mãe na parte financeira da fazenda”, conta orgulho.
Para Felício, o segredo do seu sucesso foi saber aproveitar todas as oportunidades: “Em 1993, um amigo produtor rural de Monte Azul apareceu com a oportunidade de comprar uma fazenda em Pratânia, na região de Botucatu, e compramos juntos. A fazenda produzia fruta doce e como ele não entendia fiquei administrando as terras. Ficamos sócios por quase três anos e depois eu comprei sua parte. Nesse período, desistimos das frutas doces em Pratânia, vendi a propriedade e comprei outra em Altinópolis. No ano seguinte, fiquei só com o cultivo de laranja e uma pequena produção de cana”.
Quem acredita, sempre alcança
Geradora de renda e de empregos, a citricultura brasileira cumpre um papel social reconhecidamente importante. Mas, o setor passou por grandes adversidades, passando da Era de Ouro até uma fase implacável nos anos 2000, quando as dificuldades em torno da produção e do mercado fizeram com que tantos produtores migrassem para outras atividades.
Muitos saíram por questões econômicas, mas muitas famílias continuaram batalhando, como a de Felício Veronez: “Não foram dias fáceis. Até 2010 o mercado estava ruim. De 2010 a 2015, foi péssimo, mas continuamos persistindo. Depois disso, o mercado melhorou e, hoje, os preços estão melhores, apesar dos altos custos de produção”.
O que motivou Felício a se manter na atividade é o amor pela agricultura: “Nasci na roça e domino o trabalho. Sabemos que tudo muda rapidamente, mas vamos nos adequando às necessidades do mercado e também conto com o apoio de parceiros, como a Uniceres”.
Legado e sucessão
Sobre o futuro, Felício não cobra de seus filhos a assumirem os negócios da família: “Deus me deu vários presentes, mas o maior deles foi o de poder trabalhar naquilo que eu gosto. Porque quando gostamos de algo, fazemos o nosso melhor. Portanto, a escolha é de cada um. Meus filhos sabem que o conforto oferecido a eles é fruto do trabalho no campo”.
Formado como Analista de Sistemas, o filho Felipe trabalha na parte administrativa da fazenda e a vivência o fez enxergar a agricultura com outros olhos: “Há 10 anos, se me perguntassem se eu seguiria no agronegócio, responderia que não. Hoje, já penso em continuar o legado do meu pai”.
Felipe admira o amor dos pais pela lavoura e a parceria que existe entre eles: “Meus pais me ensinaram a batalhar, nunca desistir e sempre fazer o meu melhor. A minha ideia inicial era fazer Relações Internacionais, mas fiz cursinho para prestar vestibular nas universidades públicas e mudei o meu foco para cálculo e computação. Consegui passar na Universidade Federal do Paraná e na Universidade do Estado de Minas Gerais. Optei por estudar na unidade de Frutal. Passadas duas semanas, percebi que aquilo não era o que eu queria e decidi estudar em Bebedouro. Essa foi uma das melhores escolhas que eu fiz porque contei com excelentes professores”.
Nesse momento, Felício convidou Felipe para trabalhar ao seu lado: “Fui me inteirando aos poucos e o crescimento foi acontecendo. Me interesso pela parte de gestão e estratégia e tenho feito alguns cursos na Fundação Getúlio Vargas. Inserimos a parte de controle e estoque na gestão que tem feito a diferença. E assim vamos aprendendo”.
Nasce uma parceria de sucesso
A parceria da família Veronez com a Uniceres é recente, mas tem gerado bons frutos: “Sou novo na Uniceres, tenho seis anos de casa. O atendimento deles é um espetáculo e tenho certeza que estamos fazendo o melhor negócio. É realmente uma cooperativa”.
Fazer parte dessa história é o que inspira a Uniceres a representar os interesses de seus cooperados, na busca por condições comerciais diferenciadas na compra de insumos. Colocar em prática os princípios do cooperativismo, move a cooperativa a manter seu compromisso para fomentar a agricultura, contribuindo para longevidade das famílias no trabalho no campo.