RETRATOS UNICERES

Um sonhador do campo

 “Um eterno sonhador”. É assim que se define o Sr. José Matta. A simpatia, no entanto, está longe de ser o único trunfo. Por trás do sorriso fácil está um grande empreendedor, que soube, como poucos, explorar seu potencial, aproveitar as oportunidades e nunca desistir de seus sonhos. De origem humilde, Sr. José cresceu no campo, nesse ambiente repleto de natureza, mas também de dificuldades. Desde cedo aprendeu a pegar a enxada e arar a terra. Mas, com fé e coragem alçou voos altos, de trabalhador rural, tornou-se um grande empreendedor do agronegócio.

A trajetória do citricultor enche de orgulho sua família, que herdou do patriarca o amor pela agricultura. Essa vasta experiência, adquirida ao longo dos seus 84 anos, foi repassada aos filhos Josiane Cardoso Matta Vidotti, José Henrique Cardoso Matta, Ana Silva Cardoso Matta de Barros, e Adriano Cardoso Matta, e aos netos João Victor Cardoso Matta Vidotti, Francisco José Matta de Barros, Maria Catarina Matta de Barros e a caçula Isabella Fioreze Matta, de apenas 5 meses.

Essa história de amor com a terra foi semeada ainda na infância. Seus avós imigrantes de espanhóis chegaram à região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para trabalhar nas lavouras de cafés: “Éramos uma família grande, tanto meus avós maternos como paternos tinham 10 filhos. Meus pais eram os caçulas e viviam todos numa dificuldade danada. Trabalhamos na Fazenda Santa Irene e depois fomos para a Fazenda Monte Rosa.  Como foi criado em fazenda meu pai tinha muito conhecimento sobre agricultura e aprendi muito com ele”.

Em busca do sonho

No final da década de 50, aos 20 anos, Sr. José enfrentou uma grande reviravolta em sua vida, o que o levou a percorrer estradas carregando somente sua mala de papelão. Saiu a pé e foi para o Rosário, distrito de Monte Azul, SP; pegou carona em um caminhão que o levou até SP. Após longas viagens, alguns lanches e refrigerantes de guaraná pagos pelo caminhoneiro, José foi deixado na Estação da Luz, na cidade de São Paulo.

Trabalhou nas Casas Pernambucanas ganhando salário mínimo e gorjeta, até conquistar o posto de propagandista, o que o fez rodar por muitas cidades divulgando as ofertas da Pernambucanas. De dia fazia propaganda nas ruas e a noite passava cineminha nos bairros.

A oportunidade da vida de José surgiu enquanto passava férias em Monte Azul Paulista. “Um amigo me ofereceu 10,5 alqueires de terra. À época, não tinha dinheiro suficiente para fazer a compra, mas ele me garantiu que eu poderia pagar a longo prazo. Por estar muito barato pensei que a terra do sítio deveria ser ruim. Mas, se a terra fosse ruim, faria com que ela ficasse boa. Então, comprei um sítio barato e fiado”.

Com muito bom humor e com riqueza de detalhes, José Matta conta como foi conhecer a propriedade à venda. “Para chegar até o local não tinham estradas. Eles me disseram que quando eu visse carrapichos e buracos, eram as terras do sítio. Olha a referência!”, conta, arrancando gargalhadas.

O bate-papo flui leve e regado de boas risadas. A boa memória do Sr. José impressiona, ele conta que quando chegou às terras se deparou com uma casa velha com parede caída. “Quando entrei na casa encontrei uma égua e uma potrinha vivendo lá. Elas vieram em cima de mim e ainda fui picado na nuca por marimbondos caçumbucas. Saí de lá com carrapicho até o pescoço. Já tinha andando por muita terra no Paraná, em Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, mas nunca tinha visto nada pior do que aquilo. Mas também nunca tinha visto nada mais barato. Então fiz uma proposta que foi aceita”.

O negócio estava feito e não poderia ser desfeito.  No outro dia, cinco horas da matina, o antigo proprietário amanheceu na porta da casa dos seus pais na fazenda em que viviam: “Meu pai que acordava cedo, quando viu o sujeito, achou até que fosse um assaltante. Ele contou que estava lá para entregar o sítio para o novo dono, no caso eu. No dia, ele virou uma onça porque não teria condições de me ajudar a pagá-lo, mas o tranquilizei dizendo que arcaria com tudo”

De volta a São Paulo, agora proprietário de 10,5 alqueires de terras, José Matta se dedicava ao seu trabalho para pagar as parcelas do sítio. Mas, nas férias, sempre voltava para Monte Azul. Inicialmente, o agricultor investiu no plantio de mandioca e, posteriormente arroz e laranja: “No sítio tinha 1.200 mudas de laranja. Eu molhava com a água puxada com carrinho de burro com dois tambores”, recorda-se, orgulhoso.

Colhendo sonhos

Quem trabalha no campo, sabe que o trabalho no plantio é duro, o cultivo é cansativo, mas a colheita é sempre festiva. E foi depois de uma festa de Réveillon que José começou a colher o fruto de seu trabalho: “O arroz que estava na bucha precisa de chuvas para granar os grãos, naquela noite não havia previsão de chuvas. Lembro que me sentei no banco da piscina com um amigo e sua noiva. Estávamos os dois reclamando do tempo seco, ambos poderiam perder a roça se não chovesse. Caso isso acontecesse, ele não teria dinheiro para casar e eu teria que vender metade do sítio”.

Mas o novo ano reservava boas safras ao produtor rural. Depois da meia-noite, o citricultor recorda-se dos relâmpagos que surgiram na direção de suas terras. Os pingos que caiam na piscina eram para ele o começo de uma nova página: “Na época, disse ao meu amigo que se chovesse, ninguém iria me segurar. Aquela safra iria me ajudar a comprar mais terras. Por volta, das 1h30, começou a chover. E assim aconteceu! Terminei de pagar as prestações do sítio, comprei outras terras e meu amigo se casou”.

Depois de sete anos trabalhando como propagandista das Casas Pernambucanas, José Matta voltou à Monte Azul, conheceu Ana Maria Cardoso com quem se casou dois anos depois: “Acredito que fiz tudo no tempo certo e não me arrependo de nada. Sofri muito quando pequeno, e decidi me casar depois que estivesse estabelecido para poder oferecer um pouco de conforto a minha família”.

Família e legado

Uma das grandes alegrias do Sr. José é ver os filhos e os netos darem continuidade ao seu legado. Influenciado pela trajetória do pai, o caçula Adriano Matta foi em busca dos seus sonhos em São Paulo. Se formou em Administração e dedicou-se ao mercado financeiro, com passagens por São Paulo, Ribeirão Preto e Estados Unidos.

Antes de aceitar o desafio de continuar o legado da família, Adriano trabalhou na gerência de uma corretora que foi vendida para uma instituição financeira: “Por conta da fusão, todas as filiais foram vendidas e eles me chamaram para voltar à São Paulo, mas a proposta não era tão boa. Quando meu pai me fez o convite de voltar e hoje já estou trabalhando com a família há 15 anos”.

Apesar de ter crescido na fazenda, a adaptação não foi fácil para Adriano, “mas como fui direcionado para a área financeira, os desafios foram diminuindo. A história de dedicação e o empenho do meu pai nos motiva a continuar seu legado. Tentamos dar o sangue e fazer o melhor”, ressalta.

A cumplicidade no olhar, o amor, o respeito e a gratidão são sentimentos nítidos entre pai e filho. “O Adriano tem contribuído muito. Graças à Deus, eles são todos unidos. Ele cuida de um setor difícil e tranquiliza os irmãos com sua experiência. É uma convivência muito saudável entre filhos e netos. Não preciso chamar a atenção de ninguém”, conta o Sr. José.

“O que mais emociona é saber de onde ele veio e até onde chegou. É realmente emocionante e quero passar todos os ensinamentos para minha filha”, diz Adriano, indicando que o caminhar da prosa irá fazê-los chorar.

Para o neto João Victor, dar continuidade ao legado do avô é uma honra, mas ao mesmo tempo, uma enorme responsabilidade. “Às vezes pensar nisso nos coloca sob pressão e isso aumenta a responsabilidade. Quando cheguei na empresa fiquei perdido, mas fui encontrando meu caminho. Sempre gostei muito de fazendas e comecei a trabalhar nesse setor, tentando melhorar a parte de gestão”.

O envolvimento de João Victor recebeu o apoio dos tios e, claro, do avô: “Antes de opinar, precisamos aprender, conhecer o negócio e fui acompanhar os gerentes no campo. Tudo que ouvia e via que poderíamos melhorar relatava ao meu avô e aos meus tios. Essa troca foi de muito aprendizado. Queremos dar continuidade ao trabalho do meu avô. Se não for perfeito, faremos que chegue próximo desta perfeição. Queremos que ele se orgulhe da gente”.

Orgulho dos seus familiares é apenas um dos sentimentos que o Sr. José carrega em seu coração. Ele faz questão de ressaltar a confiança que tem em sua família e elenca quais ensinamentos o fizeram chegar tão longe: “Em primeiro lugar a humildade, segundo a honestidade, depois trabalho e por último, não podemos parar de sonhar. Eu na minha idade tenho muitos sonhos. Já realizei tantos e, por isso, agradeço à Deus todos os dias. Hoje, eu não peço, só agradeço. Sonho em ver João Victor casado, de ir à festa de 15 anos da minha netinha e dançar uma valsa com ela. Quero que meus filhos continuem com essa mesma união e com o nome limpo a vida toda”.

Para José, sonhos não têm prazo de validade e nunca é tarde para realizá-los: “Eu não tive a oportunidade de estudar, naquela época só trabalhávamos, mas nunca deixei de sonhar. Quando criança sonhava em ser piloto e consegui realizá-lo aos 40 anos. Lembro-me que quando morava na Fazenda Santa Irene, o primo do meu pai que era major-brigadeiro da aeronáutica, namorava uma moça em Taiúva e, quando ia para Bebedouro de visita, fazia aquelas acrobacias. Eu ficava radiante com as manobras e quando ele dizia que um dia eu iria para aeronáutica. Assim são sonhos. O meu primeiro sonho era ter um sítio, depois esse sonho foi crescendo até chegar onde chegou. O sonho não pode acabar”.

Juntos no amor e na dor

E os sonhos não param nunca. Fazem parte da trajetória desse citricultor que também já enfrentou safras ruins. O otimismo e o bom humor não se restringiram à forma como encarou um grave problema de saúde: “Passei por um momento difícil e fiz algumas cirurgias. O interessante é que fiz alguns exames em São Paulo e Ribeirão Preto e não descobriram o que eu tinha. Só foram descobrir em Monte Azul com um exame de 13 minutos. A imagem era bem escura, mas o médico, um craque, conseguiu achar um tumor. Esperei alguns dias antes de iniciar o tratamento, porque queria comemorar meu aniversário de 80 anos. Havia combinado três anos antes, que Moacyr Franco, um amigo desde os anos que trabalhei nas Pernambucanas, participasse da minha festa. Sua agenda é lotada e fechamos bem antes, assim consegui realizar mais esse sonho”.

O depoimento sincero do Sr. José faz o filho Adriano ir às lágrimas. A emoção invade o coração de todos. O empresário relembra do apoio e do amor que recebeu da família: “Inicialmente, me indicaram um tratamento que de certo modo estava difícil de conseguir, graças a Deus conseguimos e comecei a me tratar de imediato”, conta Sr. José, demostrando a admiração que sente pelo filho.

Posteriormente, o Sr. José Matta foi diagnosticado com outro tumor, desta vez mais agressivo. Com coragem, mas sem deixar o bom humor de lado, o produtor rural partiu para as sessões de quimioterapia e radioterapia. “Mesmo passando por tudo isso, nunca o vimos reclamar. Ele fez amizade com todos no hospital, todos o cumprimentavam, desde a equipe médica aos funcionários”, conta João Victor, admirado com a força do avô.

Uniceres, confiança de olhos vendados

A confiança é o alicerce do relacionamento da família Matta com a Uniceres: “Confiamos cegamente na cooperativa e essa confiança nos deixa tranquilos, porque a cooperativa nos tira um peso muito grande das costas, ao nos fornecer produtos de qualidade”, enfatiza Adriano.

“Antigamente, quando comprávamos os produtos não tínhamos com saber se eram de qualidade. Hoje, temos tranquilidade e não checamos preços em outros lugares porque a Uniceres é a casa da gente”, completa o Sr. José.

Para o empresário, além de produtores, a cooperativa é formada de pessoas trabalhadoras e honestas.

“A cooperativa é forte e muito bem administrada desde a diretoria aos funcionários. Quando temos pessoas sérias e honestas à frente de um negócio, a tendência é dar muito certo. Por isso, ela cresceu, trabalha com os melhores produtos, atendendo o produtor da melhor maneira e com preços acessíveis”

A união, segundo o Sr. José, é outra característica forte dessa parceria com a cooperativa: “Todos são muito unidos, diretoria, funcionários e cooperados. Praticamente todos somos família. Uniceres, sempre. Trabalhando com atendimento classe A, com honestidade absoluta e logística perfeita”

“A logística e a estrutura de armazenamento é muito eficiente. Retiramos os produtos conforme a nossa necessidade. Para nós, ter a Uniceres do nosso lado é vantajoso e nos dá segurança”, salienta Adriano.

A Uniceres vai além de representar os interesses de seus cooperados, na busca por condições comerciais diferenciadas na compra de insumos. Ela busca motivar seus cooperados a lutarem por seus sonhos. A história do Sr. José Matta e de sua família é uma inspiração para cooperativa e para muitos empreendedores, não só aqueles do agronegócio. Os desafios não foram motivos para que José desistisse de seus sonhos. Pelo contrário, o motivaram a continuar sonhado

A história de vida do Sr. José Matta é referência na Uniceres e são essas histórias que movem a cooperativa a manter seu compromisso para fomentar a agricultura, contribuindo para longevidade e sucesso dos seus cooperados. A união que fortalece. Juntos, somos fortes para sonhar e alçar longos voos.

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