Acreditar na citricultura levou a família Fachini a crescer, superar desafios e tornar-se referência no mercado.
A história da família Fachini está ligada à agricultura e, especialmente, à citricultura. Essa jornada começou com o casal Ludovico Fachini (in memorian) e Carmélia Righeto Fachini (in memorian) que plantaram as primeiras mudas de citros em 1967 na região da Catanduva, interior de São Paulo. Começava ali a história de sucesso que gera frutos e prosperidade até hoje.
Para construir um legado que ajudou a desenvolver toda a região, o casal de produtores rurais contou com a dedicação e o apoio dos seus seis filhos: Guiomar, Rubens, Anadir, Antônio, Eurides e Sérgio, que continuam na atividade agrícola com a missão de produzir bons frutos.
“Meu pai já vivia da agricultura e comprou uma propriedade em Catanduva para plantarmos laranja. Alguns de seus familiares cultivavam citros em Bebedouro e Monte Azul. Na época, eu e meus três irmãos trabalhávamos na fazenda e vimos que era uma cultura promissora. Somos pioneiros na cidade de Catanduva e estamos na cultura até hoje”, fala Eurides, com orgulho.
O trabalho e a união foram fundamentais para que a família Fachini alcançasse seu propósito na citricultura e investissem em outras áreas como a pecuária, seringueira e a soja no estado de Tocantins, na região de Araguaína.
“A citricultura é a nossa principal atividade, as demais culturas vieram a partir de 2001. Assim como em Catanduva, também fomos pioneiros na região de Tocantins gerando emprego e renda para a cidade. A região é interessante, com pecuária forte e logística boa. Além disso, chove dois mil milímetros por ano”.
Com a morte dos pais, os irmãos se uniram e criaram um grupo para continuar escrevendo sua história na agricultura: “Meu pai faleceu há 29 anos e minha mãe há 12 anos. O Antônio não pertence ao mesmo grupo que a gente, mas segue na agricultura”.
Quem acredita sempre alcança
Desde seu advento, na década de 1970, a citricultura viveu ciclos distintos e atravessou adversidades, passando da Era de Ouro até uma fase difícil nos anos 2000, quando as dificuldades em torno da produção e do mercado fizeram com que tantos produtores migrassem para outras atividades. Mas a família Fachini sempre acreditou na laranja.
“Uma das maiores crises que enfrentamos foi durante o governo do Fernando Henrique Cardoso, com a valorização do Real, como tínhamos contratos travados em Dólar, nós não conseguíamos arcar com os custos. No manejo das propriedades, o cancro cítrico foi implacável, perdemos a melhor fazenda que tínhamos no município de Ubarana. Isso impactou muito a nossa família e pensamos até em desistir, mas isso passou logo e continuamos acreditando na citricultura”, recorda-se Eurides.
Apesar das dificuldades, a família Fachini considera a atividade recompensadora e tem investindo na reforma e ampliação dos pomares de laranja: “Plantamos laranja em qualquer época do ano, independente se o preço está bom ou ruim. Do futuro não sabemos o que irá acontecer. Então, temos que acreditar. Se perguntar para o produtor de soja se ele acredita na cultura, ele responderá que sim. Por isso, é importante na agricultura focar numa cultura e acreditar nela. É claro que teremos altos e baixos nessa jornada, mas isso faz parte”.
O otimismo é um traço da família Fachini, que decidiu ir em busca de soluções para enfrentar os desafios da cultura. Em 1996, para escoar a produção de laranja, a família se uniu a um grupo de produtores para implantação da fábrica de suco, a Frucamp: “Foi uma boa alternativa e hoje a nossa família detém 54% do negócio, o Antônio inclusive também participa deste grupo” reforça Eurides.
Atualmente, parte da produção da família é destinada para uma grande indústria e a outra éprocessada na fábrica de suco da família. “Produzimos suco, óleos e polpa cítrica. É uma fábrica pequena, mas é muito importante para a família e para a geração de empregos da cidade. Hoje, contamos com 110 funcionários”, fala Eurides.
Para o caçula, Sérgio, o segredo do sucesso da família nos negócios é resultado de um conjunto de ações: “Perseverança, confiança, empenho, união e acreditar no seu trabalho. Essa é a razão do nosso sucesso”.
Irmãos, unidos em um só propósito
O conhecimento é uma virtude e, se utilizada com sabedoria, é um grande aliado da prosperidade. Com esse pensamento, a família Fachini preza pela máxima produtividade e sustentabilidade em suas lavouras e aposta na tecnologia para colher bons resultados.
“O que existe de novidade no mercado, investimos. Contamos com assessoria por intermédio de nosso consultor Humberto Vescove e por pesquisas desenvolvidas pelo Fundecitrus para enfrentar as pragas, dentre elas, o greening, a pior delas, e com o manejo correto conseguimos conviver. Ninguém constrói nada sozinho. Os meus sobrinhos, os nossos funcionários, e a nossa equipe são empenhados em sempre fazer um bom trabalho. Isso nos dá certo conforto. Até porque estamos ficando velhos, a minha irmã mais velha já está com 80 anos e a Anadir fez 77 anos”.
A disposição dos irmãos para o trabalho impressiona e cativa. Anadir trabalha na parte administrativa do grupo: “Me casei e fui morar em outra cidade, mas nunca deixei de ter afinidade com a agricultura. Depois que me aposentei como diretora de escola, voltei para Catanduva. Meus irmãos me convidaram para trabalhar com eles. Acredito que o trabalho constrói e, hoje, passo parte do tempo ajudando-os no negócio da família”, conta Anadir.
“O nosso sucesso veio do trabalho e sem ele não chegamos a lugar nenhum”, diz Sérgio. “Independentemente da idade, é importante estar na ativa”, completa Eurides.
Sucessão e legado
A missão de continuar o legado da família é a equipe formada para esse empreendimento familiar, incluindo os filhos do Sérgio, o administrador de empresas, Luis Felipe, e o agrônomo Guilherme, que ajudam na gestão do negócio familiar: “É importante ter uma sucessão. Tenho três filhos, dois são médicos e o outro é administrador e tem uma construtora. Quem sabe um dia eles se interessem pela atividade”, diz Eurides, esperançoso.
O envolvimento dos dois jovens é motivo de felicidade para a família: “A agricultura está nas nossas vidas desde sempre e não aprendemos fazer outra coisa. A família da minha esposa também tem raízes na agricultura”, conta Eurides.
Luis Felipe formou-se em Administração na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e sempre se interessou pelo agronegócio. “Logo que terminei a faculdade pensei em passar um tempo fora. Mas, quando retornei para a cidade, comecei a ajudar meu pai nas negociações para a compra de insumos. Fui ficando, acompanhando as áreas que precisavam ser supervisionadas e assumindo algumas responsabilidades”, conta o administrador.
A transição aconteceu de forma natural, para a alegria do pai e do tio: “Eu estava sozinho e precisava de uma pessoa para trabalhar na parte administrativa, na compra de insumos e defensivos. Hoje ele atua também na programação de colheita para indústria e vendas para o mercado de fruta in natura”, conta Sérgio.
“Com as novas responsabilidades, fui me dedicando aos negócios. Meu tio começou a se dedicar mais à Frucamp e daí comecei a administrar a estufa produzindo as nossas mudas. É uma sinergia. Aprendi e aprendo todos os dias com eles. Meu pai e meus tios são muito dedicados. É uma troca de conhecimento, mas é preciso saber separar o que é família e o que são negócios”, diz o jovem.
A história da família motiva o administrador a fazer o seu melhor: “Somos conhecidos no mercado pela experiência que temos na citricultura e por nossa produção agrícola, estamos sempre em busca de informações para produzir cada vez melhor. A citricultura é desafiadora, mas iremos continuar fazendo o nosso melhor”, enfatiza Luis Felipe.
“Estamos nessa estrada e não temos como voltar. Ela é infinita e esse é o nosso legado. Peguei Covid e quase morri. Eu fiquei internado, mas o negócio continuou, porque temos uma equipe que conduz. A citricultura muda muito e não existe uma receita certa. Precisamos observar as áreas e verificar qual manejo mais adequado de acordo com cada região. Com o tempo, criamos experiência, relacionamentos com a indústria e geramos muita informação. Somos verticalizados. O agricultor raiz apanha, mas não larga o osso. O que nos motiva é continuar na agricultura”, enfatiza Eurides.
Crescendo junto com a Uniceres
Para os Fachini, a confiança e o reconhecimento da agricultura são o alicerce do relacionamento da família com a Uniceres: “É um reconhecimento fazer parte desta entrevista e fazer parte do processo de crescimento da Uniceres. Fomos convidados a participar da Uniceres e temos um bom relacionamento com a cooperativa, que nos torna mais competitivos na compra de insumos. A Uniceres faz a diferença na agricultura”, diz Eurides.
A história da família Fachini é referência na Uniceres e são essas histórias que movem a cooperativa a manter seu compromisso para fomentar a agricultura, contribuindo para longevidade e sucesso dos seus cooperados. A união que fortalece. Juntos, somos fortes para sonhar e acreditar.